
Os novos formatos de casamento que pipocam na sua timeline, além usarem termos em inglês, também têm em comum a intimidade e a conexão profunda entre o casal e seus poucos convidados.
Difícil não vincular a propagação desses novos conceitos, mais compactos e seletivos, às restrições trazidas pela crise sanitária. Porém, casamentos a dois ou para um número restritíssimo de testemunhas é algo mais antigo do que muitos imaginam.
Para você ter uma ideia, as primeiras cerimônias de elopement conhecidas no mundo datam do século XV!
Mas, se não é apenas pelo COVID-19, quais seriam então os outros motivos que tem atraído cada vez mais casais a selarem sua união de forma cada vez mais reservada?
Individualmente, cada um pode ter a sua razão para se casar de forma mais íntima.
Há quem decida por esse caminho por causa da sua personalidade ou pelo estilo de vida que escolheu levar, outros visam uma oportunidade de economia, há ainda quem esteja vivendo uma segunda união e por isso busque algo diferente da primeira experiência, entre outras motivações pessoais.
Porém, ao analisar essa questão no coletivo, é preciso reconhecer que a sociedade mudou e com ela os costumes também.
Num passado nem tão distante, as regras sociais, jurídicas e religiosas acerca do casamento e da vida matrimonial eram bem diferentes.
Se antes era esperado que as pessoas se casassem cedo para então começar a estruturar sua vida financeira ou acadêmica, hoje é justamente o contrário.
Da mesma forma, se há algum tempo ter filhos logo após o casamento era uma espécie de obrigação para o casal, hoje já respeita-se (ou deveria se respeitar) o direito de tê-los mais tarde ou de simplesmente não tê-los.
Ir morar junto com o namorado(a) sem antes oficializar a relação é outro fruto da evolução das sociedades que sequer era cogitado por nossos avós.
A legislação acerca de temáticas que envolvem relacionamentos a dois demorou mas também avançou.
O divórcio, por exemplo, passou a ser permitido no Brasil em 1977 e o direito ao casamento civil para casais homoafetivos foi reconhecido a partir de 2013.
Viu só, muita coisa mudou!
Uma vez que gradativamente está aumentando a liberdade de escolha dos casais e também o respeito da sociedade por essas escolhas, fica mais fácil de compreender o porquê atualmente alguns noivos estão optando por sair do formato tradicional do casamento e escolher uma configuração que tenha mais haver com a sua forma de vivenciar a relação.
Com esse histórico em mente, já percebemos que casar diferente talvez não se trate apenas de uma moda passeira.
Então agora vamos saber mais sobre o que esses novos modelos de casamento têm em comum, no que se refere a cerimônia.
O que as cerimônias de casamentos intimistas têm em comum
Elopement wedding, micro-wedding, small wedding, wedding for two, intimate wedding, as opções são muitas e cada uma delas possui características estéticas próprias mas não vou adentrar nestes detalhes nesse momento.
Vou me ater a avaliar exclusivamente a parte da cerimônia e, nesse quesito, tenho notado algumas semelhenças interessantes entre esses novos formatos, das quais destaco três: público mais engajado, discurso mais preciso e afetuoso e rituais mais flexíveis.
- Público mais engajado
Engana-se quem pensa que com menos convidados a condução da cerimônia se torna mais fácil.
Na minha visão, é justamente o contrário: audiência menor, atenção maior.
Afinal, num casamento mais enxuto a única opção do convidado é, de fato, acompanhar cada passo do evento, por isso, os celebrantes desses casamentos devem estar ainda mais calibrados para garantir um momento envolvente para todos, sem exceção.
- Discurso mais preciso e afetuoso
Os casamentos mais íntimos deixam claro que está mesmo chegando ao fim a era da reprodução automática de excertos de livros sagrados e também dos longos sermões, especialmente os que não se alinham com as demandas atuais da sociedade ou com as convicções dos noivos.
Em substituição, entra a emoção de relembrar momentos marcantes da história do casal, abrindo espaço para uma linguagem mais descrontraída, porém, sem excessos.
- Rituais mais flexíveis
Os rituais, que são os elementos utilizados para simbolizar a união de duas pessoas com objetivo de constituir família, estão ficando mais arrojados e flexíveis.
Isso quer dizer que os noivos, com o amparo certo, se sentem mais confiantes para customizar, personalizar e inovar no momento do seu sim, sem perder a essência da tradição do casamento.
Ao co-criar seu próprio ritual de casamento, os casais acessam um nível de engajamento diferenciado, que deixa evidente para eles a sua livre escolha em se comprometer naquela história.
Enfim, no que diz respeito ao tamanho das festas de casamento ou ao número de convidados, talvez essas novas configurações de casamento sejam realmente transitórias. Contudo, no que concerne as cerimônias, suspeito que estejamos adentrando num novo momento histórico. O tempo dirá.
O que você achou deste artigo, faz algum sentido para você?
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