
Os Ritos de Passagem ajudam a compreender as nossas transições significativas ao longo dos anos e o nosso lugar de pertencimento, continuidade e participação relacionado à comunidade, família, ancestralidade, cultura e natureza.
Embora algumas pessoas não estejam familiarizadas com o termo, todos nós já o experimentamos, em algum momento de nossas vidas.
No entanto, há cinco estágios que são considerados os mais marcantes do ser humano e reconhecê-los através de cerimônias elaboradas pelas diferentes sociedades, passa a ser uma tradição, transmitida de geração em geração.
São eles: nascimento, entradas de meninos e meninas na fase da adolescência e depois na idade adulta, saída da casa dos pais, casamento e morte.
O que é crucial até hoje é a sua universalidade nas culturas humanas, tanto antigas quanto modernas, a partir de encontros desafiadores.
Quer algo mais desafiador que um bebê deixar a segurança e proteção do útero de sua mãe para adaptar-se em um ambiente extremamente diverso ao seu mundinho anterior?
E dizer sim à chance de serem felizes para sempre e darem juntos esse passo tão corajoso e responsável, conectados com o coração e com as mudanças de ciclos?
Ritualizar esses acontecimentos simboliza honrar tudo o que se viveu e ter uma oportunidade de começar uma nova jornada.
Então, vamos dar uma olhada mais de perto na história dos Ritos de Passagem e nas suas funções?
Vem comigo!
A história dos Ritos de Passagem
Os Ritos de Passagem existem faz longo tempo e estão intimamente ligados à cosmologia, aos valores e à noção básica do que significa quem somos de fato e o que estamos fazendo no mundo.
O primeiro pesquisador a se ocupar do tema ainda no início do século XX foi o antropólogo franco-holandês Arnold Van Gennep, que publicou o clássico “Os Ritos de Passagem”, em 1909.
Desde aquela época, Van Gennep é referência para os estudos e obras de autores renomados, explicitamente baseados em seu modelo de três categorias: “ritos de separação”, “ritos de margem” e “ritos de agregação”, que permitem entender o funcionamento das passagens expressadas em cada ritual.
Cabe aqui reforçar a ideia que cada cultura de um povo escolhe registrar esses ritos de maneiras muito singulares e variadas.

No rito de separação, por exemplo, dar nomes aos recém-nascidos expressa a emoção e desprendimento do nascimento, assim como os rituais de despedida fundamentam a aceitação do luto e da morte.
Já os ritos de margem correspondem aos aprendizados, crescimento e preparação para a construção de uma nova identidade que virá em breve: são os tempos da puberdade, do ENEM, primeiros amores, viagens sem os pais, e noivados.
Por último, os ritos de agregação consistem nas ações de conclusão da passagem, isto é, quando o reconhecimento é formalmente admitido na nova função ou status, seja em uma carreira ou casamento.
Conseguiu observar como esses Ritos de Passagem são um jeito de apoiar os indivíduos a atravessar as descobertas e dificuldades de suas transições pessoais e também sociais?

Confira agora suas principais finalidades, uma vez imbuídos de forma compromissada e verdadeira.
A importância dos Ritos de Passagem
Os Ritos de Passagem oferecem um senso maior de direcionamento e interligação individual e coletiva, com tudo o que existe na Terra, e na transcendência de cada um na teia da vida.
A seguir, suas razões de existir:
- Sensação de renovação: nos lembram que estamos em constante evolução;
- Noção de sacralidade: quando são realizados em um espaço sagrado e sentimos forte sintonia;
- Conexão com antepassados: criam continuidade do conhecimento através da transmissão de tradições;
- Coesão social: fortalecimento da cooperação entre a comunidade e os seus membros, para o bem-estar em comum.
Por todos esses motivos, os Ritos de Passagem são importantes porque o passado, o presente e o futuro igualmente importam.
Se você, como eu, tem esperança de que possamos gerar um futuro pacífico, justo e sustentável, os Ritos de Passagem dão conta do recado: somos esse poder da transformação!
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