
O ritual da caixa de boas recordações é uma ótima escolha para ser incorporada durante a sua cerimônia de casamento, mas, ainda melhor do que ter essa simbologia na sua celebração é poder colher os resultados deste gesto no seu relacionamento pós casamento.
Neste artigo vou explicar com mais profundidade os impactos desse belo ritual para sua vida a dois.
Recordações são resultados, normalmente emocionais, das experiências vivenciadas por uma pessoa. Funcionam como uma espécie de fotografia mental, que imortaliza momentos, alguns bons outros nem tanto.
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Por exemplo, vendo aqui as fotos reais que estão ilustrando este artigo, que são do casamento do Robson e da Izabella, volta fácil a minha mente cada passo dessa cerimônia.
Lembro-me, inclusive, do silêncio absoluto que houve em alguns momentos enquanto todos me ouviam tão atentamente que se caísse uma agulha na grama, todos perceberiam.
Agora, pensa comigo, se eu que celebrei este casamento tenho memórias tão específicas, imagine o que não ficou registrado na mente desses noivos? Impressões e sentimentos únicos, só deles.
E nesta cerimônia de casamento incluí a entrega de uma caixa de boas recordações.

No caso deste casal, não houve um ritual completo usando a caixa. Um pouco antes de encerrar a cerimônia, eu apenas a ofereci como um presente meu para eles e sugeri que praticassem a partir daquele dia o hábito de guardar dentro daquela caixa pequenas lembranças que remetessem ao máximo de bons momentos vividos a dois.
Eu garanti a eles que se eles prestassem mais atenção nas coisas boas do que nas não tão boas, a caixa ficaria lotada em pouquíssimos meses, o que desejo que tenha realmente acontecido!
De tão simples que pode parecer essa dinâmica da caixa de boas recordações alguns chegam a pensar que é algo muito bobo para se incluir numa cerimônia de casamento.
Mas eu te pergunto: é tolo ou sábio buscar meios para ampliar sua sensação de prazer e felicidade?

Muitas pessoas talvez ainda não tenham percebido que a mente humana retém com mais facilidade as coisas tristes do que as alegres, ou seja, as experiências de desgosto demoram muito mais para serem esquecidas ou processadas do que os momentos agradáveis.
E por que isso acontece? Provavelmente em razão do instinto de defesa que todos possuímos.
Ao registrar na mente uma experiência negativa é provável que evitemos repeti-la no futuro, nos preservando de um novo sofrimento, por isso as coisas ruins são reproduzidas milhares de vezes mentalmente e, na maior parte dessas vezes, isso acontece de forma inconsciente e automática.
Eu penso que esse mecanismo instintivo de sobrevivência já tenha sido muito útil e até necessário para que nossa espécie amadurecesse e se adaptasse as pelejas da vida.
Mas estou certa também de que já evoluímos bastante e hoje temos acesso a novos conhecimentos científicos a respeito do pensamento, das emoções e da psique humana, o que nos dá condições de criar os nossos próprios meios de cura, autocura e prevenção de sofrimento.
Por isso, gosto de dizer aos noivos com quem trabalho que a caixa de boas recordações de um casal, se for feita com carinho e dedicação, funciona justamente na linha de curar antes de ferir, de ressignificar antes de traumatizar e de ir treinando aos poucos nosso cérebro a baixar a guarda instintiva e reconhecer que é possível sim ter um casamento leve, divertido e duradouro.
Lilian Costa, celebrante profissional
Isso faz sentido para você? Espero que sim, pois para mim faz muito!
A caixa de boas recordações pode ser iniciada no dia do seu casamento, como parte da sua cerimônia, a exemplo do que foi feito com o casal das fotos. Mas você também pode começá-la a qualquer momento da sua relação, inclusive, ainda antes do casamento ou bem depois.
Fazer sozinha(o) também pode ser uma experiência muito interessante e reveladora.
Usando essa técnica você vai perceber rápido o quanto de alegria vivemos e não damos o devido valor em comparação ao peso excessivo que eventualmente dedicamos as coisas chatas do relacionamento ou da vida.
Se situações frustrantes numa vida a dois são inevitáveis e vão sem muito esforço ocupar um espaço importante do nosso cérebro, então, precisamos conscientemente dar uma força extra aos acontecimentos felizes e tentar equilibrar melhor essa balança. Já temos essa condição evolutiva.
Como fazer sua Caixa de Boas Recordações
Convide seu parceiro(a) a ir comprar ou customizar uma caixa para este fim. Marquem no calendário (ou na própria caixa) a data que pretendem começar e a data que pretendem revisar.
Minha sugestão é que façam esse exercício por pelo menos 1 ano completo. Durante este período passem a guardar dentro da sua caixa pequenas recordações dos bons momentos vividos entre vocês.
Vocês podem escolher guardar qualquer coisa que queiram e que representem seus gostos. Vale manter algumas rolhas dos vinhos que tomaram, alguns ingressos de eventos que compareceram, alguns cartões de locais ou restaurantes que pretendem voltar, fotografias que resolveram imprimir para resumir um mês, papeis onde escreveram recados ou informações interessantes, enfim, o céu é o limite. Só não vale virarem acumuladores, okay?
Ao final do período combinado, é fundamental sentarem juntos para rever tudo que guardaram, conversarem a respeito dessas memórias e jogarem fora algumas coisas para assim abrir novos espaços para o próximo período.
Você pode se surpreender com quantidade de pequenas benções que sua história te proporciona e se assim não for, esse exercício também pode ser muito proveitoso para que você e seu amor corrijam a rota juntos, enquanto ainda há tempo.
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